A história das vacinas se inicia há mais de mil anos no Continente Asiático, onde os chineses, haviam desenvolvido a Variolização, que era o contato das secreções de pústulas de individíduos infectados para indivíduos sãos, para induzir quadros leves da doença.
Não era um método sem riscos, com taxas de letalidade de 1% a 2%, contra cerca de 30% da doença natural, que se propagou pelo continente asiático e africano, chegando a Europa no início do século XVIII.


Edward Jenner, médico inglês, nascido em Berkeley Gloucestershire (1749 – 1823), ao observar que mulheres ordenhadoras de vacas contaminadas pelo cowpox virus, vaccinia ou varíola das vacas, não desenvolviam a doença e descobriu que a sua imunidade devia-se à infecção não perigosa. Ele propagou a prática de usar a inoculação do vírus vaccinia em indivíduos sãos. Em 14 de maio de 1796 testou em Jame Phipps - um menino de 8 anos de idade - a primeira vacina que se tem notícia. (1)

O medo da doença, fez com que crescesse a utilização deste método, conflitando com crenças éticas e religiosas do século XIX.

 

Amostragens chegaram ao Brasil em torno de 1840, trazidas pelo Barão de Barbacena, sendo utilizadas principalmente na proteção de famílias nobres. Posteriormente, o cirurgião Barão de Pedro Afonso, criou um Instituto privado para o preparo de vacina anti-variólica no país, sendo mais tarde encarregado pelo governo de estabelecer o Instituto Municipal Soroterápico no Rio de Janeiro, posteriormente, Instituto Oswaldo Cruz. (1)

 

Mas a Vacina não foi muito bem aceita no Brasil, e em 1904, estourou a “Revolta da Vacina”, na então capital Rio de Janeiro, que passava por um período conturbado pela crise econômica e sanitária, com um Sistema de Saneamento básico falho, que repercutia em frequentes epidemias de febre amarela, peste bubônica e varíola.
O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi designado pelo presidente para ser o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade.


A vacinação contra a Varíola era obrigatória e mesmo seu objetivo sendo positivo, foi aplicada de forma autoritária e violenta, com agentes sanitários invadindo casas, ocasionando destruição de bondes e apedrejamento de edificações públicas, culminaram com a Revogação da Lei da Vacinação Obrigatória, em 16 de Novembro de 1904, pelo presidente Rodrigues Alves. (3)

 

Campanhas de vacinação mais bem sucedidas e coordenadas em todo o mundo, fizeram com que a Varíola tenha sido certificada como erradicada em 1973 no Brasil e em 1980 no mundo, pela Organização das Nações Unidas (OMS). (2)

 

No final do século XIX, com mais bases científicas, experiências empíricas e conhecimento mais aprofundado da microbiologia, iniciaram os ensaios em laboratório.


O cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) conseguiu através de várias passagens “in vitro”, diminuir a virulência de uma bactéria, sem perder a sua antigenicidade (capacidade de estimular anticorpos), estava descoberta a técnica de Atenuação. Em 1885 aplicou pela primeira vez a vacina anti-rábica em um ser humano. A descoberta foi o primeiro resultado de grande repercussão da microbiologia aplicada à medicina. Ela trouxe a consagração definitiva dos trabalhos de Pasteur e propiciou a criação, em 1888, na cidade de Paris, do Instituto que levou seu nome, um dos mais importantes centros mundiais de pesquisa científica. (4)
Este princípio foi utilizado na criação da vacina BCG (contra a Tuberculose) e a Vacina contra a Febre Amarela, no século XX e são utilizadas até hoje.


Diversas vacinas de vírus vivos atenuados foram obtidas nesta época, como: Sarampo, Caxumba e Rubéola. Até meados do século XX, outras vacinas foram desenvolvidas, eram todas de micro-organismos ou suas toxinas, inativados, por calor, fenol ou formol, mas geravam inúmeros efeitos colaterais, por ser composta de organismos inteiros.
Em 1949, ocorreu o primeiro cultivo de vírus em laboratório, para estudo, para posteriormente atenuar ou inativar, gerando a produção de vacinas. Tal descoberta valeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 1954 para John Franklin Enders, Thomas Huckle Weller e Frederick Chapman Robins.


A partir deste fato, Jonas Edward Salk (1914 – 1995) obteve a vacina homônima, inativada contra a Poliomielite, mas Albert Sabin (1906-1993) criou a vacina oral. A vacina de Sabin era mais completa do que a anterior, a Salk, que era eficaz na maioria das complicações, mas não era muito eficiente na prevenção e foi lançado no mercado em 1961/62, pela OMS, eliminando a pólio dos países por ela atingidos.


Com o avanço da biotecnologia molecular e estudos imunológicos e epidemiológicos, estão surgindo novas vacinas, com melhor eficácia e diminuição de efeitos adversos; e com novas indicações das vacinas já existentes, ampliando o uso.


A primeira vacina que foi desenvolvida por manipulação molecular foi a Vacina da Hepatite B, em que consegue-se isolar e produzir em leveduras ou antígenos de superfície.
Outro exemplo é a Vacina contra o HPV (Papilomavirus humano), que foi criada partir da proteína L1 da cápsula do vírus, partículas vírus-like (VLP), produzida por tecnologia de DNA recombinante. A vacina não contém vírus vivo e sem DNA, então ele não pode infectar o paciente. É muito bem tolerada e está indicada para a prevenção do Câncer do colo uterino, o segundo mais incidente na mulher brasileira.

 

No Brasil, histórias bem sucedidas de vacinação erradicaram a febre amarela urbana (1942), a varíola (1973) e Poliomielite (1994).


O Programa Nacional de Imunização (PNI) é um programa do Ministério da saúde do Brasil, criado em setembro de 1973 e institucionalizado pelo decreto nº 78.231 de 12 de agosto de 1976, com o objetivo de promover o controle das doenças preveníveis por imunização, estabelecendo normas e parâmetros técnicos para a utilização de imunobiológicos para estados e municípios. O PNI também tem as funções de coordenação e supervisão da utilização dos imunobiológicos, e ainda participação na produção dos imunobiológicos produzidos no país (RIBEIRO, 2008).


Levou à erradicação da poliomielite em 1989, ao controle do sarampo, do tétano neonatal e acidental, das formas graves de tuberculose, da difteria, e da coqueluche.
Há três instituições divulgam calendários de vacinação, sendo a primeira o Ministério da Saúde (PNI), que publica calendários para crianças, adolescentes e adultos/idosos; a segunda é a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que publica um calendário vacinal para crianças e adolescentes; e a terceira a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que publica todos os anos calendários atualizados para a vacinação de crianças, adolescentes, adultos, mulheres gestantes ou não, e mais recentemente o calendário vacinal para o bebê prematuro (MIGOWSKI; REIS, 2007).


Em fase de ensaios clínicos, já estão as vacinas contra Dengue, malária, herpes simples, estreptococo do grupo B, e em ensaios pré-clínicos contra o HIV.
A vacina é uma técnica milenar, mas a vacinação, o seu conhecimento e impacto na Saúde Pública são recentes, dinâmica e um campo cada vez mais crescente.
Com conhecimento melhor das patologias e dos benefícios da vacinação, há uma tendência para uma melhora da Qualidade de vida e conseqüentemente, aumento da expectativa de vida. Informe-se e tenha mais um aliado para Saúde.

 

 

REFERÊNCIAS:

    Hermann G. Schatzmayr. (Nov./Dec. 2001). "A varíola, uma antiga inimiga". Cadernos de Saúde Pública 17

    http://www.who.int/csr/disease/smallpox/faq/en/index.html

    “Revolta da Vacina” - História do Brasil
      Autor: Bertolli Filho, Cláudio - Editora: Ática 

    http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/personas/pasteur.html

    http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/campanha1.html

    http://www.webartigos.com/artigos/imunizacao-historico-sobre-a-vacinacao-no-brasil/17808/#ixzz2Owo5wo9o

     http://www.webartigos.com/artigos/imunizacao-historico-sobre-a-vacinacao-no-brasil/17808/#ixzz2OwnDRHQm

 

 

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